Hilton Coelho derrubou o todo-poderoso Adolfo Menezes

Foto: AscomALBA/AgênciaALBA

Quem diria que um único voto seria capaz de derrotar o homem mais poderoso da Assembleia Legislativa da Bahia? Pois foi exatamente isso que aconteceu. Com a caneta de Gilmar Mendes e a ousadia de Hilton Coelho (PSOL), Adolfo Menezes (PSD), o presidente que buscava sua permanência no comando da Casa, foi afastado.

A cena parecia improvável. De um lado, Adolfo, figura experiente da política baiana, acostumado aos bastidores, às negociações de gabinete e ao jogo de articulações que garantem mandatos e reeleições. Do outro, Hilton, um solitário no plenário, um opositor persistente que, entre um discurso inflamado e outro, decidiu questionar a legalidade de mais uma reeleição consecutiva.

O enredo já estava escrito pelo Supremo Tribunal Federal: uma segunda reeleição consecutiva era proibida. Mas, como a interpretação da lei sempre gera debates, a disputa foi parar no STF. Adolfo acreditava ter respaldo para seguir no cargo, enquanto Hilton Coelho confiava no entendimento da Corte.

O ministro Gilmar Mendes deu a palavra final, determinando o afastamento imediato de Adolfo e a anulação dos atos administrativos praticados desde sua posse. Uma decisão que surpreendeu parte do meio político e reconfigurou os rumos da Assembleia Legislativa.

Agora, caberá a Adolfo Menezes avaliar os próximos passos, dentro do que a legislação permite. Ele pode recorrer, buscar novos caminhos jurídicos e políticos, mas o fato é que a história já registrou um episódio inédito na Casa. O embate entre um deputado de um único voto e um presidente consolidado no poder mostrou que, na política, o jogo nunca está completamente definido.

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